Tema 3:Desenvolvimento recurso

Tema 3:Desenvolvimento recurso

O Progresso Tecnológico e o Crescimento Demográfico

 

O crescimento rápido da população é um fenómeno relativamente recente na história da Humanidade. O ritmo de crescimento da população mundial acelerou ao longo das últimas décadas. O crescimento da população ficou a dever-se à diminuição das taxas de mortalidade e ao aumento da esperança de vida, à diminuição da mortalidade bem como outros factores entre quais:

- Na medicina: o avanço da vacinação permitiu a destruição ou o controlo de várias doenças como a varíola, a raiva, a tuberculose, o tétano;

- Nas condições de vida e de higiene: A melhoria das condições de habitação e de higiene nas habitações e a implementação de sistemas de esgotos, de canalização e tratamento das águas permitiram o controlo de várias doenças e epidemias;

- Na melhoria da alimentação: Com a mecanização da agricultura foi possível aumentar a produção de alimentos e reduzir os períodos de fome, bem como melhorar a alimentação da população em geral, através da introdução de novas variedades de alimentos.

 

Distribuição da População Mundial

                        A distribuição populacional não é uniforme em todas as partes do globo. A população dos países mais desenvolvidos deverá permanecer estável enquanto a dos países em desenvolvimento tenderá a crescer.

Prevê-se que a Índia ultrapasse a China em termos de população. A Índia, China, os EUA, a Indonésia, o Paquistão e a Nigéria são os seis países em 2050 serão os países mais populosos do mundo.

A Transição Demográfica

                        A teoria da transição demográfica constitui um modelo de interpretação das grandes transformações demográficas ocorridas ou a ocorrer nos diferentes países.

                       

Segundo esta teoria, todos os países deverão percorrer quatro fases de transformação demográfica:

1ª Fase – regime demográfico primitivo, caracterizado por um crescimento lento da população, dada a existência de uma elevada natalidade, mas igualmente de uma mortalidade geral e infantis elevadas;

2ª Fase – Declínio da mortalidade. Em virtude dos progressos generalizados verificados na alimentação, saúde, higiene e saneamento, os níveis de mortalidade baixaram; no entanto, permanecem elevados os níveis de fecundidade e de natalidade, conduzindo a uma aceleração do crescimento natural da população;

3ª Fase –Declínio da fecundidade. verifica-se nesta fase uma diminuição dos níveis de fecundidade e de natalidade, continuando a mortalidade a baixar

4ª Fase – Regime demográfico moderno, em que o crescimento natural da população tende para zero, verificando-se baixos níveis de mortalidade, acompanhados igualmente de baixos níveis de fecundidade e de natalidade.

 

Cada país passará por este processo num determinado tempo, dependendo de um conjunto de factores e características que lhes são próprias e ainda eventuais factores que poderão ocorrer.

Neste momento a totalidade dos países desenvolvidos encontra-se na ultima fase da transição e outros no regime demográfico moderno, em que as taxas de crescimento populacional tendem para zero já não garantem a substituição das gerações.

Os países em desenvolvimento encontram-se a na maioria a percorrer a 2ª fase, de declínio da mortalidade, embora alguns já se encontrem na 3ª fase, de declínio da fecundidade.

 

A Diversidade de Estruturas Demográficas

 

Estrutura Demográfica: forma de análise da população segundo características demográficas, podendo observar-se de acordo por sexos, idades, estado civil, nível de escolaridade ou por ocupação na vida económica. Através da representação gráfica é denominada por pirâmide de idades, que nos permite analisar e comparar a importância relativa dos diferentes grupos etários.

Pirâmides Etárias:

- Pirâmide em Urna: típica dos países desenvolvidos, com um topo largo e uma base estreita, predominando a população adulta e idosa, espelhando assim o envelhecimento da população.

- Pirâmide em acento circunflexo: típica dos países em desenvolvimento, com uma base larga e um topo estreito, em que há predominância da população jovem, sendo a esperança de vida baixa e a percentagem de idosos igualmente baixa.

 

Estrutura Etária dos Países em Desenvolvimento

Se observarmos as pirâmides etárias dos países desenvolvidos verificamos que:

- o peso do grupo etário dos jovens é baixo, devido à redução dos níveis de fecundidade e de natalidade;

- há um aumento do peso do grupo dos idosos, como resultado do aumento da esperança de vida.

Nestes países encontramos uma baixa proporção de jovens em oposição a elevadas proporções de idosos.

O fenómeno de envelhecimento demográfico deve-se:

- aumento da esperança de vida: uma vez que se prolonga a vida até cada vez mais tarde, existe um número crescente de população idosa;

- declínio da natalidade: provocam uma diminuição da percentagem de população jovem relativamente ao total da população;

- diminuição das taxas de mortalidade: verifica-se uma redução de taxa de mortalidade geral, mas especialmente da taxa de mortalidade infantil, que mais tarde irá fazer aumentar a população em idade fértil.

 

Aspectos dos países desenvolvidos a nível social e económico:

- Aumento das despesas com a saúde: a população idosa tem problemas de saúde decorrentes da idade mais avançada;

- Aumento da carga fiscal sobre a população activa: aumento da idade de reforma e redução do seu valor, de forma a travar a entrada na reforma e a avaliar o peso no sistema de protecção social;

- Aumento das despesas com a assistência aos idosos, que em idades mais avançadas se tornam mais dependentes, sendo estas despesas suportadas pelas família se pelo Estado. Ex: criação de infra-estruturas.

- Degradação sistemática do nível de vida dos idosos. Dado o crescente número de população idosa e a “falência” do sistema de segurança social, as reformas assumem valores baixos, o que coloca em situação de grande carência.

 

Estrutura Etária dos Países em Desenvolvimento

Os países em desenvolvimento apresentam uma estrutura etária muito jovem, pois têm taxas de natalidade elevadas e uma baixa esperança de vida, o que acarreta custos sociais e económicos:

- Reduzida a capacidade de criação de emprego;

- Elevada pressão sobre o ambiente;

- Insuficientes infra-estruturas;

-Dificuldade na aplicação de políticas antinatalistas.

 

Consequências Económicas da Questão Demográfica

As alterações na estrutura demográfica de um país resultam de:

- Natalidade;

- Mortalidade;

- Migração.

 

Migração: Movimento de uma população, definitivo ou temporário, de um local físico para outro.

Imigração: movimento de entrada de pessoas para um país, onde estabelecem.

Emigração: é o processo pelo qual as pessoas deixam o seu país para se estabelecerem noutro.

 

Os movimentos migratórios, quer internos quer externos, foram sempre uma constante na vida das populações.

No mundo actual, os movimentos migratórios internacionais têm vindo a aumentar.

Estes movimentos migratórios internacionais deslocam população de todos os países do mundo. No entanto verificamos estes movimentos se deslocam das regiões menos prósperas para as mais prósperas.

Os movimentos migratórios no interior dos países em desenvolvimento assumem também valores significativos.

 

Características dos movimentos migratórios actuais:

 

- A sua generalização: quase todos os países do mundo são tocados pelas migrações;

- A complexidade dos itinerários: os movimentos migratórios abrangem distâncias cada vês mais longas;

- Diversidade da sua composição: aos trabalhadores manuais sem qualificação juntam-se, os trabalhadores qualificados;

- Feminização das migrações: o número de mulheres entre a população migrante está a aumentar

Para os países de menor crescimento estes movimentos só têm reflexo num aumento populacional quando o fluxo de entrada é maior ao fluxo de saída de pessoas

A emigração dos países com elevada população em geral os países em desenvolvimento, não é solução porque o crescimento populacional é Maios que o fluxo migratório.

 

Causas da Emigração:

- Económicas e socais:

  • Ø    Questões demográficas;
  • Ø    Desigual repartição do rendimento.

 

- Políticas religiosas e ectnicas-culturais: Um número crescente de população vê-se obrigada a abandonar o seu país de origem devido a perseguições de que é alvo por demonstrar divergência política, religiosa…

- Desastres naturais e ambientais: inundações, erupções vulcânicas, secas proporcionam o movimento migratório de populações fugindo assim das más condições de vida. (refugiados ambientais).

 

Consequências dos Fluxos Migratórios

 

Para os países de origem:

- Estrutura Demográfica: uma vez que emigram principalmente os jovens e os adultos, a taxa de natalidade baixa e acelera o processo de envelhecimento da população;

- Mercado de Trabalho: população em idade activa que emigra, acabando por provocar escassez de mão-de-obra.

- Distribuição Regional da População: Regiões mais afectadas pela emigração vêem consecutivamente a sua população sair, provocando a desertificação de certas regiões.

- Contas Externas: Melhoria do saldo da balança corrente devido à entrada de divisas provenientes das remessas dos emigrantes.

 

Para os Países de Destino:

- Rejuvenescer a sua Estrutura Demográfica;

- Responder à necessidade de mão-de-obra;

- Reforçar os Sistemas de Segurança.

 

O Crescimento Económico Moderno e as Consequências Ecológicas

Para os países desenvolvidos, o crescimento económico moderno era visto como a única forma de gerar emprego, assegurar avanços tecnológicos e melhorar a vida das pessoas. Nos países em desenvolvimento a única forma de sair da pobreza.

 

 

 

 

A Diminuição da base dos Recursos disponíveis

 

Os países industrializados têm sido historicamente os maiores emissores de gases com efeito de estufa. A prática da agricultura e a criação de gado de forma intensiva estão a levar ao limite os recursos do planeta, provocando o esgotamento dos solos e a desflorestação.

 

Consequências do crescimento económico moderno sobre os recursos naturais

Diminuição de:

- Água Potável: aumento dos efluentes lançados aos mares, rios e ao aumento da poluição atmosférica que contamina as águas, sendo um bem cada vez mais escasso;

- Solos Produtivos: Construção de infra-estruturas, acumulação de pesticidas no solo e ainda a desflorestação que torna os solos mais frágeis.

- Florestas e Zonas Verdes: Expansão das áreas urbanas, aumento das áreas de cultivo e ao derrube da grande parte da floresta para o comércio internacional de madeira;

- Biodiversidade: Desflorestação, caça ilegal e a poluição da água, do ar e dos solos, muitas espécies animais e vegetais extinguem-se ou encontram-se em perigo eminente.

 

Aumento dos níveis de poluição

- Aumento da Poluição Atmosférica: provoca a aceleração da transferência das partículas poluentes do ar para a água Ex: através de chuvas ácidas;

- Aumento de Substâncias Tóxicas: pesticidas, fertilizantes, metais pesados, lançados ao mar nas águas dos mares e rios;

- Contaminação dos Lençóis Freáticos: provocadas pelas águas residuais da agricultura, pecuária, ruptura dos aterros sanitários.

 

Poluição dos Solos

- Uso de produtos químicos na agricultura e na pecuária;

- Deposição das partículas poluentes transportadas pelas chuvas ácidas;

- Contaminação provocada por aterros sanitários mal construídos e por lixeiras a céu aberto.

 

A Poluição Atmosférica:

 

Contaminação do ar provocada por desperdícios sólidos, líquidos ou gasosos e que podem pôr em risco a saúde humana e dos restantes seres vivos.

 

Factores:

- Actividade Industrial: lança para o ar gases e poeiras e são altamente prejudiciais a saúde humana;

- Circulação Rodoviária: libertam substâncias químicas, tem contribuído para a agravação de poluição ambiental

A poluição atmosférica origina:

- Chuvas Ácidas: Ao cair esta chuva ácida tem efeitos poluidores sobre as florestas, solos, a agricultura e sobre animais e pessoas;

- Redução da Camada de Ozono: Resulta da emissão de CFC, cuja decomposição chegar a estratosfera, provoca a destruição da camada de ozono. A sua destruição faz com que os raios ultravioletas atinjam a vida na terra, causando cancro da pele, ruptura das cadeias alimentares;

- As Perturbações no Efeito de Estufa: provoca o aumento da temperatura do ar e consequentes alterações climáticas, fusão dos glaciares, aumento do nível médio das águas.

Economia e Meio Ambiente:

 

O crescimento Económico conduziu a degradação do ambiente provocando:

- Desflorestação;

- Desertificação;

- Destruição de Habitats Naturais;

- Extinção de Espécies Animais e Vegetais;

- Degradação da Qualidade das águas, do ar e dos Solos.

 

O Funcionamento da Economia e os Problemas Ecológicos

O preço a pagar pelo crescimento económico sem limites traduz-se em verdadeiras “crises ecológicas”, traduzindo a incapacidade da natureza absorver os resíduos produzidos pelas actividades humanas.

 

Externalidade, Bens Públicos e Bens Comuns

Externalidade: impacto das acções de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não participaram na acção.

Externalidades Negativas: se o resultado da acção prejudica o bem-estar dos outros.

Ex: Gás lançados pelas fábricas.

Externalidades Positivas: se o resultado da acção melhora ou participa na melhoria do bem-estar de outros.

Ex: O Estado incentivar a produção ao consumo ou produção.

 

Bens Públicos:

- Não Rivais: a utilização do bem feita por uma pessoa não impedem outras de o adquirirem;

- Não Excluíveis: não é possível impedir alguém de o usar.

 

Bens Comuns:

- Rival: A utilização do bem feita por outra pessoa impede outras de o usarem;

- Não Excluíveis: não é possível impedir alguém de o adquirir.

 

Sendo o ambiente um bem comum a que todos temos acesso, é necessário que o Estado crie leis que regulamentem o uso, como é o caso impostos e das taxas ecológicas que assentam no principio do poluidor pagador.

A poluição não conhece fronteiras e as acções de alguns agentes económicos contra o ambiente têm um efeito ao nível global. Assim, torna-se necessário proceder ao estabelecimento de acordos internacionais e ao seu cumprimento;

 

O Papel da Inovação Tecnológica na Atenuação dos Problemas Ecológicos

 

A inovação tecnológica, apesar de não ser solução para os problemas ambientais, pode constituir uma forma de atenuação destes problemas, se for correctamente utilizada.

Ao nível:

- Agricultura: através da biotecnologia é possível a criação de cereais e vinhas resistentes à geada e assim evitar a devastação de culturas;

- Utilização de novos combustíveis alternativos aos combustíveis, com baixos impactos sobre o ambiente, energia eólica, solar, das marés;

- Exploração Mineira: utilização de certos fungos e algas permitiu realizar a descontaminação dos solos e das aguas dos locais mais afectados pelo abandono e encerramento das minas.